quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

“Capítulo 20: … Os primeiros desejos… A primeira ecografia!"

O médico deu-me um papel para limpar a barriga, limpei-a, e enquanto ele se sentava na mesa em frente á sua secretária, eu baixei a camisola mas deixei continuar a mão sobre a barriga. Não conseguia deixar de ser mãe por um instante que fosse, embora o teste positivo fosse o primeiro sinal positivo e certo que estava grávida, ver uma imagem do meu filho causava um sentimento especial em todas as mães, era impossível não causar. Soltei duas lágrimas envergonhadas, aquele sentimento batia forte em mim, era uma esperança mas também um medo que nascia em mim, o meu medo de o perder era mais forte que nunca e se isso acontecesse eu não conseguia aguentar toda a emoção, todo o sofrimento que vivi com a dor do Rodrigo, a dor piorava a cada pessoa que dizia que o bebé estava morto, e pior que isso foi ver o meu filho nascer… Morto! Foi a dor de ter um filho mas não o poder educar, senti-me a pessoa mais impotente do mundo, senti-me uma irresponsável incapaz de ter um filho, de lhe dar vida, de conseguir carrega-lo durante 9 meses no meu ventre e educa-lo até ao meu último suspirar.
Apesar da gravidez do Rodrigo ser vivida ainda no início dos meus 16 anos, a minha mente e o meu coração já estavam preparados para receber o meu filho, ainda tenho muito que viver, é verdade, muito que aprender e sentir mas ser mãe ia mudar tanto a minha vida, os meus sentimentos, e assim que o perdi senti que precisava de sentir alguma emoção boa, por isso eu cortei-me. Cortei-me sim, alguns dias depois de perder o meu filho e no dia em que ele nasceu morto, não conseguia sentir emoção nenhuma, já tinha sofrido tanto na pele, apesar das minhas atitudes devastadoras eu não merecia tamanho sofrimento, chorei sozinha durante dias a fio, não comida, não dormia, não fazia mais nada a não ser chorar, e quando finalmente coloquei na minha cabeça que não podia fazer mais nada, cortei-me, talvez fosse uma maneira de sentir qualquer emoção, boa ou má eu queria apenas senti-la. O corte não foi muito profundo, foi bastante superficial até, ainda hoje está presente na minha vida, no meu dia-a-dia, um corte no meu pulso, não o demonstro a ninguém, e tapo-o com um relógio, não quero falar sobre ele, por muito que me memorize não me causa mágoa, não foi uma descarga de adrenalina foi uma vontade de sentir emoção de uma forma estranha e tão bizarra.
Sentei-me na cadeira em frente ao doutor e ele deu-me a fotografia da ecografia, sorri, agradeci, despedi-me dele e fui novamente até ao quarto onde estava o Nico e a Rita, mostrei-lhes a imagem da ecografia, ou melhor atirei para cima deles, sentei-me no sofá e liguei a televisão. A Rita e o Nico aproximaram-se de mim e a minha prima perguntou:

-Qeu isto é o meu primo? – Acenei positivamente com a cabeça, ela abraçou-me e estava tão feliz quanto eu, não tinha dúvidas algumas que ela estaria disponível para mim sempre como esteve até agora, e o Nico apesar de tudo me iria apoiar, mas até me perdoar ainda havia muito a percorrer. Esta gravidez já me ensinou tanto de tantas maneiras diferentes, Deus dá-nos sempre segundas hipóteses temos é de saber aproveitá-las, segundo se amamos alguém (o que não é o caso com o Ezequiel sinto um sentimento estranho quando estou com ele que nunca antes vivi mas não é o caso para o chamar). E ensinou-me que apesar da minha terna idade, aos poucos vou-me habituando á ideia de ser mãe.

-Parabéns. O puto é lindo vai sair á mãe! – Abraçou-me, ao início fiquei reticente mas retribui, se neste momento fosse escolher os padrinhos para o meu filhote não hesitaria, seria sem dúvida alguma a Rita e o Nicolás, apesar de tudo aquilo que fiz que eles não compreendem e por vezes nem eu compreendo, eles… Aceitavam-me! A mim e ao meu filho, e nunca, mas nunca sequer me perguntaram se tinha engravidado propositadamente, a minha prima eu sei que não pensaria nisso conhecem-me demasiado bem e saberia que depois do susto com o meu filho não o faria e o Nicolás que embora não me conheça bem sabe “o que a casa gasta”.
Sentamo-nos todos no sofá e adormeci, aliás adormecemos todos durante algumas horas. Quando acordamos começamos a falar sobre a emoção do filho, mas também sobre a operação do Ezequiel, eu tentava ser forte mas não conseguia, aguentava ao máximo as minhas lágrimas mas não dava, a ecografia demonstrava-me a manchinha mais bela do mundo, o bebé que estava em mim, que precisava de mim e que foi formado por minha causa e do qual dependia totalmente e incrivelmente de mim, era heroico a energia que ele me transmitia. A Rita fazia tudo para me animar e também ao Nico mas os nervos da operação não me deixavam respirar mais do que isso mesmo… Medo! Até que talvez as hormonas falassem mas tive um desejo, o meu primeiro desejo, seguido de um vómito. Corri á casa de banho e vomitei mas fiz sinal que ninguém me seguisse. Limpei-me, arranjei-me e voltei para junto deles e disse:

-Tenho um desejo. – Ambos sorriram e aí continuei. – Tenho desejo de comer amendoins. – O Nico veio a correr ter comigo e abraçou-me, a Rita abraçou-o por trás, fazíamos assim um abraço de felicidade, um abraço grande e feliz. Nunca tive desejos de grávida, nem mesmo durante os meses de gestação do Rodrigo, nem enjoos, estava tudo normal mas estava gravidez mudou muito comparada com a anterior. Parecia que estavam mais contentes que eu com aquele desejo e eu não pude sentir-me mais conformada com aquele apoio, mas faltava a missão mais difícil… Dizer á minha família que estava grávida! Não sei como diria outra vez á minha mãe que estou grávida, da primeira vez não aceitou bem e discutimos imenso, mas acabou por aceitar. Mas nessa altura era tudo um pouco diferente, eu tinha 16 anos há pouco celebrados e estava grávida de 3 meses e agora tenho mais dois anos de vida e quase menos dois meses de gravidez. Até que a Rita começou a chorar, limpei-lhe as lágrimas e o Nico deu-lhe a mão, ela sorriu e eu disse:

-Oh tonta sou eu que estou grávida e com as hormonas todas trocadas logo devia ser eu a chorar. – Soltei algumas lágrimas, talvez duas ou três de emoção. – Por isso vê se paras de chorar que agora alguém tem de ir comprar os meus amendoins. – Sorrimos todos.

-Vão vocês os dois ao bar do hospital e se não encontrarem por aqui vão á procura que é o que mais há aí a venda. Eu vou ficar por aqui á espera que me digam alguma coisa da operação do pai da criança. – Atirou-nos para fora do quarto e lá fui com o Nico até ao bar do hospital, que por sorte tinham amendoins. Embora eu só quisesse um pacote o Nico acabou por comprar 6 pacotes, dizia que dois eram para ele e para a Rita e deu a desculpa que 4 eram para mim e para os gémeos… Embora ele dissesse aquelas palavras em tom de brincadeira a ideia passou-me por segundos pela cabeça. Ainda agora aceitei a ideia de ser mãe e já pensaria nisso em duplicado. E quem imaginava eu chegar junto á minha mãe e dizer que estou grávida e em dose dupla ou tripla isto porque quando falamos em gémeos existe as mais variadas opções! 
Voltamos para o quarto e encontramos a Rita a falar com o médico que mal nos viu disse:

-Ainda bem que apareceram, acabei de falar com a vossa amiga e estava á vossa espera para dar novidades sobre a operação do Ezequiel. – Arrumei o pacote nas minhas calças e parei de comer, ou melhor acabei de comer o que ainda faltava na minha boca. E olhei para o médico e pedi para continuar, ele assim o fez. – A operação do Ezequiel correu melhor do que estávamos á espera, bem melhor. Daqui a uns minutos vem até ao quarto, já passou o tempo de recobro e só agora avisamos-vos porque informaram-nos que havia uma grávida aqui presente. – Olhou para mim e sorriu. Foi ele o médico que operou o Ezequiel e também me acabou até ao médico que me fez a operação. – Daqui a 5 minutos aparece mas tenham cuidado por favor, por enquanto ele precisa de muita atenção e de pouco esforço. E pedia para por favor só estar presente um de cada vez na sala. – Mal se vira uma médica trazia-o deitado na maca, mas não parecia ele, estava sério e não estava pensativo, estava distante, mas estava consciente. – Agradecia que dois de vocês fossem até lá fora e que entrassem depois e também que as visitas tivessem a duração máxima de 10 minutos. Uma enfermeira ficará durante esse tempo com vocês.
A minha prima e o namorado saíram do quarto e eu fiquei com o Garay que não reagia, aproximei-me dele e dei-lhe um beijo na testa e disse:

- Ezequiel já tenho a primeira ecografia do nosso filho! O petiz ainda só tem 6 semaninhas de gestação mas já tem parecenças contigo, é um preguiçoso nato! – Ele sorriu e peguei na sua mão, coloquei-a sobre a minha barriga e coloquei a minha mão sobre a sua. Ficamos um minuto em silêncio, não queríamos palavras, não queríamos gestos, queríamos apenas sentir o nosso filho. Separei-nos e fui até ao sofá, trouxe a ecografia do nosso filho e entreguei-lha. Não conseguia traduzir o que os seus olhos diziam, não entendia e provoca um nervoso miudinho em mim, talvez uma vergonha de sentir qualquer emoção, eu não conseguia traduzir mas também não queria falar, queria que a ecografia falasse por si.

Porque será que Qeu não consegue traduzir o que as palavras não diziam?
O que mudará aquela ecografia no futuro dos 3? O que dirá Ezequiel?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Capítulo 19: "A Confirmação"

Ele olha-me sério com a cara rodeada de suores frios, doía-me na alma vê-lo assim, magoava-me vê-lo naquele estado, tudo por minha causa, a minha intenção não era de todo magoá-lo a esse ponto mas sim pregar-lhe uma partida. Com as poucas forças que lhe restavam responde:

-Eu desculpo-te Qeu. – Soltou um gemido de dor. – Mas podes esquecer que existe um nós, estou farto de lutar para que exista e tu maltratas-me, deite-te a última oportunidade e tu deixas-me nesta cama de hospital. Vou ser o pai do nosso filho mas se alguma vez sentiste alguma coisa esquece. – Fizeste asneira Raquel, não podias ter feito nada pior, estragaste a única oportunidade que tinhas com ele, não queria magoá-lo nem física nem psicologicamente, apenas fui eu mesma, e não pensei que a minha infantilidade pudesse destruir o que ele sentia por mim. Beijei-lhe a testa e o médico deu-me ordens para me afastar, assim o fiz e ele seguiu com ele, agarrei-me á minha prima e comecei a chorar, não é de mim libertar aquelas emoções ao pé de ninguém mas é demasiada pressão sobre a minha cabeça. Engravidei, simplesmente engravidei por inconsciência, coloco na cama de hospital o homem que será o pai do meu filho, isto é se vier a nascer, homem ao qual destrui todas as probabilidades de estarmos juntos graças á minha infantilidade e pelo qual percebi que tarde demais que nutria um sentimento especial. Tenho medo de perder este filho como perdi o Rodrigo com 4 meses de gestação e tenho medo de não conseguir ser mãe, não tenho condições financeiras e emocionais para ser mãe e desisti da escola no 9ºano, para lutar por um sonho de puder desenhar no futuro, de puder criar moda pelas minhas próprias mãos. Sento-me sobre uma cadeira e a Rita vai chamar o Nicolás, fecho as mãos, coloco ambas as mãos sobre a minha cabeça e o Nico coloca-se á minha frente e pergunta:

-Que é que te deu na cabeça para fazeres isto ao Ezequiel? – Levantei a cabeça e enfrentei-o olhos nos olhos. -Se gostas de dor dá cabo de ti e não dês cabo dos outros. O Ezequiel vai ser operado e só Deus o que lhe reserva o futuro. – Levantei-me e aproximei-nos, não tinha medo dele, tudo o que me dizia era verdade mas eu não tinha que ouvir aquilo da boca dele, eu tinha consciência de tudo o que fiz. 

-Caso não te lembres estás á espera de um filho dele! O que é que vieste fazer aqui?! Causar problemas? Achas que ele já não sofreu o suficiente. – Deitei lágrimas envergonhadas dos meus olhos, magoava-me ouvir tudo aquilo. A Rita colocou a mão no seu ombro e disse:

-Tem calma amor, a Qeu já sabe que fez asneira. Não foi? – Olhou para mim fazendo aquela pergunta retórica, deixei o meu orgulho e vergonha de lado, mostrei o meu lado mais lutador, o meu lado mais mulher que nunca demonstrei ao Ezequiel e é tarde para demonstrar mas ia demonstrar ao Nico que tudo aquilo era verdade mas estou arrependida.

-É muito bom julgar os outros sem conhecer. – Lancei um sorriso irónico. – Não sabes o porquê de o ter magoado, de ter feito o que fiz, não tens o direito de me julgares só por seres um jogadorzito e por namorares com a minha prima não te dá o direito de mencionares seja o que for da minha vida. – Respirei mas não lhe dei tempo para que respondesse. – E não sabes se estou grávida do Ezequiel, sabes porquê? Porque nem eu sei! – Comecei a chorar impulsivamente, na verdade eu já tinha imaginado o futuro do meu filho com o Ezequiel, já tinha imaginado um futuro connosco, já tinha imaginado o nascimento dele, as primeiras ecografias, a escolha do nome que não seria fácil, a ecografia onde se saberia o sexo, até imaginei que fosse um menino e o nome escolhido fosse Francisco, por minha escolha e aceitação do pai. A Rita abraçou-me e o Nico ficou sem reação, chorei compulsivamente nos ombros da minha prima, ela nada me diz, deixa-me apenas chorar, o Nico abraça-nos pouco tempo depois e limpa-nos as lágrimas, isto porque tanto eu como a Rita estivemos a chorar nos braços uma da outra. Sentamo-nos no sofá que havia no quarto e eles dizem-me para contar o que se passou, não me sentia ainda 100% á vontade para falar sobre tudo o que foi a minha vida até agora mas talvez fosse a melhor maneira de libertar emoções:

-Eu sempre fui muito diferente das raparigas da minha idade, sempre gostei de fazer o que me estava na cabeça e me vinha na alma, posso dizer que desde sempre me consideraram infantil porque sempre cedi às minhas tentações. Com 15 anos fui divertir-me para uma discoteca e acabei por perder a virgindade com um rapaz que pouco ou nada conhecia, imaginem a minha cara quando acordo no dia seguinte com um rapaz que mal conhecia ao lado. – A Rita olhou-me sem reação, ela não sabia que foi assim que perdi a minha virgindade, pensava que a tinha perdido com um namorado duradouro. – Mas acabamos por começar a namorar, visto que também era a primeira vez dele apesar de ter 19 anos, a relação e o sentimento começa a crescer e já quando sentíamos que gostávamos um do outro até descubro que estou grávida, e digo-lhe e ele desaparece da minha vida. Foi como roubarem-me o mundo, estava grávida de 3 meses, já não podia fazer nada á criança mas mesmo que pudesse não o faria, mas sabem? Era reconfortante ter uma última opção e para mim estava fora de questão dá-lo para opção. Aos 4 meses acabo por perdê-lo, depois de descobrir que era um rapaz e de lhe dar o nome Rodrigo, a minha barriga já se notava e a dor de dizer a todos que perdi o meu filho tornava-se difícil a cada pessoa que o fazia, a dor não desaparecia. – O Nicolás estava boquiaberto, não sabia que tinha perdido um filho desta forma. – E quando conheci o Ezequiel senti logo alguma coisa, não sei explicar e quando lhe dei luta e ele não desistia fez crescer algo em mim, mas não aguentei tinha medo que ele dissesse que me amava e no fim me abandonasse, de ficar magoada novamente. Entendem? – Os dois acenaram positivamente com a cabeça. – E quando descobri da gravidez tive medo que ele me abandonasse como fez o outro. Eu já tentei mudar, deixar de ser infantil, tentei amá-lo sem barreiras, mas não consigo. Tenho medos, dúvidas, e para além disso, eu não acredito em casamentos e namoros duradouros, eu quero ter os meus filhos e nenhum homem a seguir-me e sei que o Ezequiel é o contrário, é um homem de família e eu sou simplesmente eu… Não quero nada mas quero tudo, quero realizar os meus sonhos, quero simplesmente ser eu e não quero amar ninguém, quero viver para sempre jovem sem medos e sei que com o amor tudo muda. – Levantei-me limpei as minhas lágrimas e sai de junto deles a correr. Disse tudo o que me vinha na alma, tudo o que escorria no meu coração, as palavras que nunca pensei dizer, apesar de só ter 18 anos já tenho uma história só minha para contar. Perguntei a um médico se poderia realizar uma consulta de urgência e ele mandou-me para as urgências ou então que marcasse uma consulta mas demoraria diverso tempo, eu agarrei-o pelo braço e expliquei:

-Oiça o homem que amo está neste momento a ser operado, e eu estou á espera de um filho dele… - Fiz uma pausa breve. – Quer dizer, eu penso que estou grávida, sinceramente não sei, fiz o teste de gravidez e deu-me positivo, mas a menstruação apareceu. Neste pensamento não sei o que pensar ou fazer, quero apenas ter a certeza. Por favor farei tudo se me ajudar desta vez. – O doutor respondeu:

-Não preciso de nada muito obrigada, já vi que é urgente, por favor acompanhe-me. – Começou a andar apressadamente e eu segui-o, entramos para o consultório e o primeiro doutor pediu que me sentasse, falou para o segundo:

-Henrique preciso de um favorzinho teu, se atenderes esta senhora e mais logo se estiveres de serviço, pago-te o jantar. Agora tenho que me ir embora que tenho uma operação para fazer. – Virou costas e foi-se embora, nem tive forma de agradecer mas pela sua conversa entendi que talvez fosse o senhor que ia operar o Ezequiel, não sei mas fiquei com a sensação que era, que pontaria Qeu!

-Então diga-me lá o que de tão urgente se passa. E claro o que posso fazer por si. – Sorri e com toda a delicadeza expliquei o que se passava:

-A minha menstruação estava atrasada 6 semanas e fiz o teste de gravidez, inclusive tive todos os sintomas típicos de gravidez, e acabou mesmo por dar positivo, mas a menstruação reapareceu apesar de o teste ter dado positivo. Já estive grávida há 2 anos mas perdi o bebé já com 4 meses de gestação. Será que me podia dizer se estou realmente grávida e se sim quais são as probabilidades do menino morrer no meu ventre devido ao meu historial e as circunstâncias em que esta gravidez está envolvida.  – O senhor olhou-me atentamente e depois de pensar durante um bocado respondeu:

-Posso recomendar-lhe fazer análises, ou então se preferir podemos fazer a primeira ecografia para nos certificarmos. Mas aconselho mesmo que marque uma consulta de ginecologia porque não consigo dar-lhe muita informação porque não tenho aqui o seu historial. E quanto a sua primeira gravidez e quanto a esta possível, em diversas gravidezes a menstruação aparece por vezes é natural noutras circunstâncias é caso para preocupação. O que prefere fazer? – Não aguentava esperar diversos dias para saber o resultado das análises, queria sabê-lo de momento e após pensar respondo:

-Senão se importar prefiro que me faça uma ecografia e descanse que quero pagar esta consulta. – O senhor levou-me até a uma maca que estava ao lado da máquina que realiza ecografias, levantei a camisola, e ele colocou o líquido sobre a minha barriga, a temperatura fria causou uma sensação estranha em mim, não sei se era um nervoso miudinho ou se era só por causa da temperatura. O doutor ligou a máquina e colocou a máquina sobre o líquido, vi a primeira imagem naquela máquina, era oficial eu estava grávida, fiquei sem reação, o meu futuro estava naquela imagem é como uma luz ao fundo do túnel na minha vida romântica com o Garay, não engravidei para ficar com ele, simplesmente aconteceu mas não sei o que pensar, estou grávida e o pai do menino está neste momento a ser operado por causa de um golpe que lhe dei.




Como será que correu a operação de Ezequiel?
Que opção terá Qeu em relação ao bebé? Será que ainda existe uma hipótese para esta história de amor?